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Casas beges, cinzas e o medo de usar cor na Arquitetura


Nevegando pelos quadradinhos do Instagram me deparei com a foto de um ambiente lindo, em tons terrosos e combinadinhos onde uma amiga arquiteta perguntava “você tem medo de usar cor? Veja que lindo esse ambiente colorido!” (Ou algo do tipo). O ambiente era preciso, lindo e elegante como este escritório é acostumado a trabalhar, mas não... não era colorido. Ou não o que EU humildemente entendo pelo que seja colorido (algo do tipo Frida Kahlo, os grafites do Kobra, ou quadros de Mondrian etc.).


Não resisti e mandei a mensagem para a minha amiga dizendo o que havia constatado. Foi interessante ver que ela prontamente concordou comigo e ainda complementou que para alguns clientes aquele espaço poderia ser considerado uma “explosão de cores”. Me confidenciou que tinham aqueles que queriam até obra de arte bege, o que ela genialmente chamou de “cafonice intelectual”. No processo que estou de tentar sentir empatia pela escolha das outras pessoas além de ler e estudar um monte de coisas sobre Pisicologia Ambiental e o impacto do ambiente na vida das pessoas. Fico pensando o que será que essas pessoas vêm buscando em ambientes beges, cinzas e super neutros.


Será realmente uma "cafunice intelectual" onde faltam referências mais ricas sobre arte, cinema, cultura e da própria arquitetura ou será uma fuga dos excessos que vivemos, reflexo principalmente da Poluição Visual a qual somos submetidos nos centros urbanos e do bombardeamento de imagens que vemos nas redes sociais e televisão?


Arrisco a dizer que todas as alternativas acima estão corretas, para mais ou para menos precisamos melhorar o nosso repertório de referências e também precisamos trazer consciencia para os motivos que nos levam a construir ambientes repetitivos e monocromáticos que podem inclusive prejudicar a nossa saúde, produtividade e comportamento.


Os estudos que tenho feito são categóricos e confirmam que, dentre outros fatores, as cores REALMENTE influenciam em nosso comportamento e bem estar. A arquiteta Priscila Bencke, especialista em neuroarquitetura, alerta em suas redes sociais de como cada cor influencia diferentes áreas do cérebro. Algumas pessoas que trabalham com terapias holísticas e autoconhecimento como a @nobadialli e @isabelamezzadri também vem alertando a um tempo de como o uso excessivo do cinza na decoração pode impactar em nosso campo energético e até mesmo agravar doenças silenciosas como a depressão.


Como solução para fugir um pouco da monotonia e dos impactos negativos desses ambientes acinzentados e sem vida nós não precisamos criar ambientes excessivamente coloridos. Minha recomendação é que devemos arriscar um pouco mais com as cores em revestimentos, pesquisar outras opções de materiais, trazer mais a madeira, plantas, abusar de texturas, harmonizar as formas para que ao estar em um lugar a suas sensações sejam de alegria e harmonia. Não tenha medo: algumas doses de cor te farão bem!

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